Prováveis Imprevistos

Foi um fim de semana estranhamente bom.

E comigo as coisas sempre foram meio assim, estranhamente.

Não sei se é com todo mundo, mas quando eu planejo alguma coisa, raramente elas são tão boas quanto os imprevistos...

Como diria Fernando Pessoa: "Não quero mais da vida do que senti-la perder-se nestas tardes imprevistas"... Nas manhãs e noites imprevistas também (noites que amanhecem e tardes que anoitecem...).

Eu poderia citar mil imprevistos, tais como: achar um lugar pra sentar no ônibus em plena sexta feira, chegar em Vila Velha falando igual a uma pata disfônica, ir parar numa sinuca com cara de cassino clandestino e ouvir "namorada, olha só essa jogada", ouvir a noite inteira que meu mojiiiito tinha gosto de boldo, ganhar um bombom de admiradores da outra mesa do bar, junto com um bilhete quase não lido, pq alguém quis comê-lo, passar o sábado inteiro se recuperando, tomando suco, tentando ouvir a pata rouca da Talita - que é tão companheira que rouba a minha rouquidão - vendo flamengo ganhar, passando raiva na lanchonete e rindo com amigos (Ainda faremos um livro: "memórias carnavalescas de uma mente esculhambada. Vida e obra de Fagner - o mito, a lenda"), acordar no domingo às 7 horas da manhã pra encher bolas, cortar papel crepom e tentar ser brega (o que obviamente não conseguimos), rir, dançar, rir, beber, rir, comer 847 pratos de feijão tropeiro, rir, bater em energúmenos que jogam sua vodka caríssima fora, rir, gostar dessa situação estranha onde você não sabe bem o que tá acontecendo e nem como deve agir, rir, dançar, e nem cansar de ser tão feliz...

Mas não vou citar coisa nenhuma... Porque "o perfeito não se manifesta." (Fernando Pessoa, de novo...)

Talita, Fagner, Tais, Arthur e Duda... Obrigada por serem tão imprevisíveis...e tão prováveis.

(acho que o energúmeno do Gustavo também precisa ser citado né?)