quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Shoud I?


Should I give up
Or should I just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere
Or would it be a waste?
Even if I knew my place should I leave it there?
Should I give up,
Or should I just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere

domingo, 1 de dezembro de 2013

Porrrque é dia de aniversário!


Se tem algo de bom que essa internet me trouxe, foi ela.
Lá de longe, sabe-se lá porque, ela resolveu comentar nesse meu bloguinho. Quem vem aqui de vez em quando sabe, que ele deve ter seus 5 leitores. Não sei porque ela resolveu vir aqui, mas lembro bem o texto que ela leu. 
Esse daqui: Enquanto ela dormia
...que é um dos meus preferidos até hoje.
Talvez por ter sido o que me trouxe uma pessoa louca. Que me apresentou outra pessoa louca (Ei Márcio!) e que resolveram um dia me encontrar no aeroporto de Campinas só pra me dar um oi.
Não sei como esses dois se tornaram tão meus amigos e depois disso, mesmo sem saber muito como conseguimos nos conhecer tanto, sem nunca termos nos conhecido, fiz questão de sair do aeroporto pra conhecer todas as bebidas de nomes estranhos de Indaiatuba.
E ela veio tentar conhecer o que Vitória tem de melhor. Ou 'Dizem que tem'.
Ela me liga de madrugada só porque quer que eu fale a todos do churrasco o meu 'porrque', que para ela é engraçado, para divertir e entreter, e eu atendo. 
Ela tem um cão peidorreiro que tem a pata maior que a minha e que me ama.
Ela não julga minhas confissões, mas não esquece de dizer: 'é um sapato que não vale a pena'.
Me manda whatsapp pra dizer que já respondeu meu e-mail porque é uma pessoa sensata.
Fez Simba literalmente se apaixonar por ela e virou nome em duas rolhas de vinho.
Ela precisa conviver um pouco mais comigo, pra fazer sem medo de esculhambar o calendário, a sua festa de aniversário com o tema de festa junina.
E por fim, virou verbo. 'Nubiar'. Só resta saber se isso é bom.

Eu nunca sei bem quando os amigos chegam, mas sei bem reconhece-los para nunca deixa-los irem embora. Mesmo que eles estejam quase todos longe.
Parabéns menina do sotaque engraçado!

E eu sou a garota mais sortuda do planeta.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Judith e Juan

Algumas pessoas dizem que eu sou louca. Mas se elas soubessem o que acontece comigo, diriam que eu sou até bem normal.
E dessa vez, eu juro, eu só peguei um ônibus.
Estava eu sentadinha num lugar qualquer, mas que infelizmente fica de frente para aqueles assentos que ficam virados ao contrario no ônibus.
Tudo igual a qualquer dia, até então. O motorista correndo, gente reclamando, toques de celular de quadradinho de oito (não reclamo. A pessoa poderia inventar de ouvir a musica inteira, e sem o fone de ouvido.)
Até que o ônibus passa em uma escola e entra um menino. Meio gordinho e espinhento. Normal também para um adolescente.
Senta na minha frente. Isso, naquela situação significava realmente de frente para mim.
Eu fiz o que sempre faço no ônibus.
Ignorei.
Acreditando que ele fosse fazer o mesmo. Como geralmente fazem, a não ser que sejam velhas ou trombadinhas querendo te assaltar.
Mas me enganei.
- Oi.
(- hã?)
- Você vai descer no terminal de Carapina ou no de Laranjeiras?
- Olha, na verdade eu vou descer no próximo ponto.
- Ahhhh que bom!
(- hã?)
- Sabe... Eu gosto muito desse lugar que você está sentada. Você senta de frente, sabe? Fica com o vento na cara e se der sorte e não tiver ninguém na sua frente até pode esticar as pernas e ir apreciando a paisagem... E vou te falar, o melhor horário pra pegar ônibus é entre 10 e 11 horas, dá pra relaxar bastante...
- (Não, não sei. Não considero o ônibus um lugar de descanso.) Ah é? Que bom.
- Qual o seu nome?
- (ma oeee?) Judith.
- O meu é Juan.
Me deu a mão em cumprimento e continuou a falar como se não houvesse amanhã.
- Sabe... Na minha sala tem uma Judith. Mas você não se parece com ela... Sabe porquê?
- Porque eu sou mais velha?
Nessa hora a menina que estava retocando o kolene no cabelo até riu. O carinha com boné de aba reta deu uma mini gargalhada. Mas o Juan ignorou.
- Não. Porque ela é muito, mas muito, mas muito, mas muiiito (nessa hora ele juntou a mão na boca e apertou os olhos pra da uma real noção do quão muito qualquer coisa a menina era, e fiquei até com medo de chegar o meu ponto e não descobrir, porque achei que ele não ia parar de falar "muito")... mas muuuuito burra!
- Hum... Eu não sou burra.
- Claro que não é!!! Ela também é meio chata sabe. Daquelas meninas que se acham...
- Hum.
- Mas em uma coisa ela parece com você... Ela é bonita. Acho que é por isso que ela se acha, sabe?
- Sei não...
- Mas ela é burra demais. Não sabe contar até dez.
- Mas aposto que sabe dizer não e já disse pra você.
Dessa vez o menino do boné de aba reta fez até pffff e disse "ai". A menina do cabelo de kolene olhou pro Juan esperando a resposta dele. Porque a essa altura, nosso diálogo estava quase sendo transmitido pela BBC, tamanha a curiosidade do ônibus todo. 
Mas o Juan tinha uma capacidade de ignorar pessoas ainda melhor que a minha, pena que não a usou comigo. Simplesmente nem ouviu o ai do mister-aba-reta e respondeu como se eu fosse a unica pessoa ali e  nós estivéssemos sentados na praça tomando um refrigerante:
- Deeeus me livre de querer alguma coisa com a Judith...
- Hum.
- Ela é burra. E sabe de uma coisa? Eu acho que não vai melhorar não...
- Coitada dela, né?
- Uhum. Vai morrer burra e chata.
- Pois é... E vai ficar velha... 
  ...Que nem eu. 
E ri meio cúmplice. Entendendo a paixão recalcada do Juan pela Judith. Porque, né? Quem nunca?
- É... mas você não é burra. E ainda é bonita.
- Mesmo que velha né? Acho então que estou melhor que a sua Judith.
- Ô. 
E depois de um período em Nárnia - porque aparentemente se passaram 30 anos em 500 metros - chega meu ponto e eu levanto. Ele levanta junto, porque afinal não podia perder o melhor lugar do ônibus. E senta no meu lugar. Eu fico de costas pra ele e percebo que está todo mundo sorrindo no ônibus.
Mas Juan não satisfeito me cutuca no braço. Eu olho e ele estende a mão de novo. Pega minha mão, dá um beijo nela e se despede.
- Tchau, tia!

Eu ficaria brava. Se não tivesse rido tanto.
Assim como todo mundo daquele lugar.
E foi bom terminar o dia fazendo 50 pessoas sorrirem.

Mas acho que o melhor mesmo, foi saber que eu sou uma Judith melhorzinha que a do Juan.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

20 anos


Hoje mais uma sobrinha faz 20 anos, e pra você eu só desejo que não engula a vida.
Talvez você seja a mais parecida comigo. De se jogar, de querer tudo hoje, tudo agora, tudo sempre e tudo muito.
De se fazer de durona, de fingir ligar o foda-se, mas de ser uma coração de maria mole que se magoa com quase qualquer coisa dessas coisas que fazem magoar.
Por isso eu sei o que desejo. Porque aos 20 pode parecer que já passou muito tempo. E passou. Mas ainda não é nem a metade do que tem ainda pra passar...
E a vida não se deixa ser engolida, não adianta.
Não precisa querer fazer isso agora. Só se lembre de um dia tentar.
Não se preocupe, você vai ter todo o tempo do mundo. E sempre que engasgar vai ter do lado as mulheres da sua vida, o(s) homem(s) da sua vida e ali mais distante aquela tia louca que sempre vai entender o que você diz, provavelmente porque já aconteceu com ela também...
E você, mais do que ninguém, sabe que a vida é pra ser dançada, não pra ser engolida.
Às vezes com cara de mau, mas sempre fazendo a saia rodar.
Mesmo que hoje seja fora do tablado, porque o mundo sempre vai ser um palco para você.



É Thathá, não tem presente... Só tem palavra.

Feliz Aniversário!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Alex, quem é você?



Hoje, poderia ser um dia marcado por vários acontecimentos, nenhum deles bons. Mas sem querer eu resolvo que meu dia pode deixar de ser ruim e ser só esquisito.

Isso acontece quando me percebo conversando com um wi-fi.

Aquele momento em que a rede do vizinho, a tal da Alex, tem um sinal melhor que o da sua casa - e não é pouco melhor, é muito melhor, como se estivesse ali, pronta pra te atender para-sempre-te-amo, dizendo "Te prometo ser quase fiel - porque vou atender o também o Alex, amar-te e respeitar-te (porque a minha não me respeita nem um pouco, essa safada), não cair por qualquer chuvinha, enfrentar tempo instável, estar contigo nos fins de semana, feriados e datas festivas" é o exato momento em que você diz:
- Alex, quem é você e porque você não é o meu melhor amigo?

O pior é que eu fiquei esperando ela me responder, dizendo a senha.

E tem gente que reclama do dinheiro que não caiu na conta. Vocês não sabem o que é uma decepção, até não conhecerem o Alex.


quinta-feira, 21 de março de 2013

Manias


Ela tinha a mania feia de rir alto. Essa mania besta de falar de sexo como quem fala de bordado. De beber mais que muito homem. De não se importar com a mesa do lado. De falar palavrão. Mania boba de achar mais legal um bombom comprado de última hora do que um presente caro, só por saber que foi lembrada no meio do dia, mesmo não gostando muito de chocolate.
Mania de falar demais. Mania de esquecer o que fala. De ficar com preguiça de contar histórias. De se exceder, sempre. De ter um humor reprovável.
Tinha mania de ser sempre muito. De falar que gosta, sem pensar. De mandar à merda. De não ser menininha, mas mesmo assim querer carinho.
Tinha mania de não saber jogar. De preferir perder.
Mania de aprender com seus erros, reconhecê-los e de não se arrepender de nenhum deles.
Mania de zombar dela mesmo. De brincar com seus defeitos para aprender a lidar com eles. Mania de não se importar demais com seus dentes grandes, sua pouca visão e seus quilos a mais.
Sempre teve mania de não fazer sentido. De ser instável. De gostar de gente fora da caixinha. De ter amigos escolhidos pelo caráter e não pela sexualidade. Mania de ter opinião, mas de não ter vergonha de mudar alguma delas.
Mania de ter critérios esquisitos, para homens, comida, lugares. Mania de gostar de abraço. Mania de querer ouvir coisa bonita dita no meio da conversa sobre como foi o dia.
De gostar de surpresa, da mesma forma que gosta de rotina.
Mania de gostar de se divertir. De dançar de um jeito esquisito.
Mania de deixar as pessoas sem graça quando fala que já fez alguma coisa que elas reprovam, de propósito.
Tinha mania de escolher errado, de ser errada.
Tinha mania de não ser a mulher que todo homem sonhou. De ser a mulher que quase nenhum consegue lidar. E que só a pessoa certa vai conseguir entender.
Mas ela sempre teve a mania de saber que pode tentar de novo.
E ficou triste por ele, que só tinha a mania de ter medo de mudar.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

De todo o céu...


A gente estava de mãos dadas quando ele resolveu olhar o céu:

- Eixtreilas.
- É, estrelas... O céu está cheio de estrelas hoje...
- Tem muita.
-Aham, um monte né? Você acha as estrelas bonitas?
-Aham
-E qual é a mais bonita de todas aquelas que estão no céu?

Ele soltou minha mão, olhou pro céu, apontou pra mim e disse:
-Você.

Me deu de novo a sua mãozinha e continuou andando, certo de que tinha dito a coisa mais óbvia do universo.

Eu tive a certeza de que, aos 4 anos, ele não estava mentindo. E dormi aquela noite, como a estrela mais bonita que tinha no céu.