sexta-feira, 21 de maio de 2010

A menina dança

"E se você fecha o olho a menina ainda dança."

Não depende de ninguém. A menina dança independente de se ver ou não. Porque ela quer, porque ela precisa, porque faz parte do que ela é.

Dança sozinha, dança acompanhada, mas dança, como se ninguém estivesse vendo.

Dança com o corpo, com a alma e com o coração, que é a única forma que vale a pena dançar.

Se envolve até o último fio de cabelo, deixa a coisa ficar séria e dança seriamente, mas ninguém percebe, sua seriedade vem estampada com um sorriso tão largo que parece tarde de verão deitada na rede...

Porque nem sempre o que é sério tem que ser pesado, e toda a seriedade dela, ela leva na ponta dos pés...

Tampouco precisa ser explícito, essa séria felicidade que ela carrega na ponta dos pés, se esconde no abraço que ela dá, mas não cabe nas linhas que escreve.

E ela dança. Até o dia em que cansar, e nesse dia ela inventa outra coisa pra ser feliz.


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dito, pelo não dito.

E o que não precisava ser dito, era tudo o que ela queria dizer.

"Guardo minha espada e escudo
E nem todo silêncio é mudo"
(Nano Vianna)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

So last week

Brenda gostava de Dylan, que namorou Kelly, que era a paixão de Steve, mas que chegou a ficar noiva Brandon, que era o amor-secreto de Andréa... e assim por diante...

Barrados no Baile né? ah tá.



terça-feira, 11 de maio de 2010

Má.

- Você não é tão má quanto parece não, é?

- Não.

- Sabia...Mas costumo me enganar com as pessoas...

- E eu costumo mentir, às vezes.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

=)

“Porque é tão mais fácil aturar a vida sabendo que tem você. Agora sem você, meu amigo, a coisa é feia. Realmente feia.”

- Caio Fernando Abreu.


(Bom dia.)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

(...) Viva

"Isto te diz alguma coisa? A mim fala(...)
Escrevo-te porque não me entendo.(...) Mas bem sei que o que escrevo é apenas um tom.
Nesse âmago tenho a estranha impressão de que não pertenço ao gênero humano.(...) E o que é proibido eu adivinho.(...)
Não gosto muito do que acabo de escrever - mas sou obrigada a aceitar o trecho todo porque ele me acontece. E respeito muito o que eu me aconteço. (...)
Para onde vou? a resposta é: vou.(...)Não dirijo nada. Nem minhas próprias palavras(...)
E estremece em mim o mundo(...)
Esta palavra a ti é promíscua? Gostaria que não fosse, eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações que aqui caleidoscópicamente registro.(...) Porque estou cansada de me defender. Sou inocente. Até ingênua, porque me entrego sem garantias.(...) Tem pessoas que não aguentam e vomitam. Mas eu estou habituada ao sangue.(...) E isto que tento escrever é maneira de me debater. Estou apavorada.(...) O horrível dever é o de ir até o fim. E sem contar com ninguém.(...) Sou inquieta e ápera e desesperançada. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar amor.(...) Corro perigo como toda pessoa que vive. E a única coisa que me espera é exatamente o inesperado.(...)
E eu estava tão feliz que me encolhi no canto do taxi de medo porque a felicidade dói. E isso tudo causado pela visão do homem bonito. Eu continuava a não querê-lo para mim - gosto é das pessoas um pouco feias e ao mesmo tempo harmoniosas, mas ele de certo modo dera-me muito com o sorriso de camaradagem entre pessoas que se entendem.(...)
Alimento-me delicadamente do cotidiano trivial e tomo café no terraço no limiar deste crepúsculo que parece doentio apenas porque é doce e sensível.(...) E vejo que sou intrinsecamente má. É apenas por pura bondade que sou boa.(...)
Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama. Quanto a mim, assumo minha solidão.(...) Guardo o seu nome em segredo. Preciso de segredos para viver.(...) Escrevo-te em desordem, bem sei. Mas é como vivo.(...)
E não tenho medo do fracasso. Que o fracasso me aniquile, quero a glória de cair.(...)
Quando penso no que já vivi me parece que fui deixando meus corpos pelos caminhos.(...) Não posso me resumir porque não se pode somar uma cadeira e duas maçãs. Eu sou uma cadeira e duas maçãs.(...) Mas quero ter a liberdade de dizer coisas sem nexo como profunda forma de te atingir. Só o errado me atrai, e amo o pecado. (...)
Eu pedi socorro e não me foi negado. Senti-me então como se eu fosse um tigre com flecha mortal cravada na carne e que estivesse rondando devagar as pessoas medrosas para descobrir quem teria coragem de aproximar-se e tirar-lhe a dor. E então há a pessoa que sabe que tigre ferido é apenas tão perigoso como criança. E aproximando-se da fera, sem medo de tocá-la, arranca-lhe a flecha fincada. (...)
Vou ficar muito alegre, ouviu? Como resposta, como insulto.(...) Tudo acaba mas o que te escrevo continua. O que é bom, muito bom. O melhor ainda não foi escrito. O melhor está nas entrelinhas. (...)
Simplesmente eu sou eu. E você é você. É vasto, vai durar.
O que te escrevo é um "isto". Não vai parar: continua.
Olha pra mim e me ama. Não: tu olha pra ti e te amas. É o que está certo.
O que te escrevo continua e estou enfeitiçada."

Clarice Lispector - Água Viva
(80 páginas em algumas linhas)


domingo, 2 de maio de 2010

Asas

Eu ultimamente tenho me sentido como um passarinho que arrancou as próprias asas, depois se arrependeu e tentou voar.

Caiu.

De novo tentou.

De novo caiu.

E naquele entremeio de burrice, insitência ou persistência continuou a tentar.

Hoje ele cansou.

E quem sabe, ele não tenha medo de cair mais uma única vez, pra ver que as asas nascem. Quando menos se espera.

Como já disse uma vez "precisei cair, para aprender a voar".

Fim.

P.S:
"And who cares divine intervention
I wanna be praised from a new perspective
But leaving now would be a good idea
So catch me up on getting out of here"
;)