quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Obrigada, de novo.


Dois mil e onze. Assim mesmo, por extenso. Assim como foi o ano. Sem fim. Sem começo.
Os mesmos erros, erros diferentes. Porque eu nunca fui dada a acertos.
Fui traida, fui amada, fui punida por dizer a verdade e aceita por algumas mentiras.
Tudo muito confuso. Mas eu nunca fui fácil de entender.
Me surpreendi com pessoas se aproximaram, me decepcionei com pessoas que se revelaram e me encantei por pessoas que chegaram, surgiram, caíram na minha cabeça. Ou eu fiz cair, sei lá.
Me assustei com a velocidade de algumas coisas. E mais ainda com o tanto de erro que estava embutido nelas. Mas ainda mais com o tanto que tudo parecia certo. Mas me assustar não me impede de viver. E vivi, de peito aberto. E surpreendentemente, dessa vez não me golpearam. 
Tive que me acostumar com a maturidade. Maturidade de dizer tchau sem odiar. 
Mudei de casa, de trabalho, de atitude.
Mas não mudei quem eu sou. 
Aprendi a ignorar pessoas. Ainda que algumas vezes tenha tido recaídas e sido impulsiva querendo, de novo, entender porque as pessoas são tão mentirosas. 
Aprendi a ignorar palavras quando os olhos dizem outras coisas. E a esperar pelo abraço. 
Esperar, impressionante como aprendi a esperar.
Deixei de me importar com o certo e o errado e passei a me importar com a felicidade.
Já que eu vou sofrer, que pelo menos seja por algo que valha a pena. Isso eu aprendi. Cansei de me afogar em pouca água. Se for pra morrer, que seja no mar, nunca mais em poça de lama.
Sem arrependimentos, sem inferno. Com carinho. 

Obrigada 2011, você fez bem o seu trabalho. Espero ter feito bem o meu.
Acho que fiz, porque tenho estado tão feliz...

E o que eu escrevi uma vez pode traduzir o ano: "Alguns acham tão inteligente não amar. Eu acho um desperdício"

E eu amei. Amo. Mas desculpe 2011, acho que em 2012 amarei ainda mais.

(Sim, um agradecimento ao ano velho, porque o novo começa agora.)

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Pouco a pouco


Ela ainda se acostumava pouco a pouco com a solidão.
Com a solidão de pintar listras em paredes para se distrair. 
Com a solidão de se forçar a ver filmes sozinha, mesmo odiando não ter um humano com quem comentar, porque seu travesseiro de peixinho, apesar de sorrir, nunca disse “sua boba”. 
Se acostumava a não querer ligar pra ninguém, nem pra dizer oi. 
Se acostumava a planejar coisas para um, para dois e para cinco. Porque ela podia estar solitária, mas nunca estaria sozinha, pois ainda tinha amigos.
E se acostumava principalmente a não querer cuidar de ninguém, além dela mesma.