Ela ainda se acostumava pouco a pouco com a solidão.
Com a solidão de pintar listras em paredes para se distrair.
Com a solidão de se forçar a ver filmes sozinha, mesmo odiando não ter um humano com quem comentar, porque seu travesseiro de peixinho, apesar de sorrir, nunca disse “sua boba”.
Se acostumava a não querer ligar pra ninguém, nem pra dizer oi.
Se acostumava a planejar coisas para um, para dois e para cinco. Porque ela podia estar solitária, mas nunca estaria sozinha, pois ainda tinha amigos.
E se acostumava principalmente a não querer cuidar de ninguém, além dela mesma.
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