quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Voltar

Hoje, enquanto me dava conta de que o fim do mundo parece de fato uma boa idéia, me dei conta também da batalha que eu tenho pela frente.

Imagina a cena: Minha irmã vendo um dvd do Jorge Vercilo (Vercilio, sei la, tenho vergonha até de procurar isso no google), meu sobrinho correndo atrás de Simba com um rodo na mão, minha mãe gritando para o meu sobrinho que ele não pode fazer isso, meu pai olhando pro ventilador de teto com uma cara de reprovação e depois dizendo “ah, você tá ai... Eu achei que o ventilador tava ligado pra nada e já ia reclamar”, meu irmão insistindo que nat geo, apesar de ser legendado, precisa ser assistido no último volume e eu, ali no meio da melhor definição de caos.

Pensando em como eu gosto da minha liberdade...

Eu nunca dei muita satisfação de nada pra ninguém, e hoje quando eu canso é só sumir. E tenho pra onde sumir. Lembro da primeira vez que a minha mãe reclamou do meu horário de chegar em casa. Eu só disse: “Tivesse me colocado rédeas antes. Agora que me acostumei, guenta”. Ela foi obrigada a concordar. Mas eu era sensata, e sabia não perder pontos com quem quer que fosse. No entanto, pedir permissão nunca foi meu forte. Até o “vou-morar-com-o-namorado” foi um comunicado, meio que já arrumando as malas e pedindo pra dad me ajudar a levar, mom me dando um fogão e minha irmã se desfazendo de parte do enxoval que ela não ia precisar tão cedo... Assim como o “estou-voltando-pra-casa” já me ajeitando na sala e pedindo pra dad ajudar a pegar as malas de volta, e logo em seguida o “vou-morar-no-outro-quarteirão”, mas ai ninguém me ajudou, eu tive que ir sozinha, porque afinal, tava cansando a todo mundo o entra e sai de malas. Eu sempre tive uma maneira meio "já to fazendo" de viver e se eu não grito é porque tá tudo bem e as vezes tá tudo bem mesmo quando eu grito. Eu não sou do tipo viaja e liga pra dizer que chegou bem, ou que diz que vai dormir fora de casa. E não é por maldade, eu esqueço mesmo. A parte preocupada liga, eu atendo (a maioria das vezes eu atendo) e digo que estou bem. Aos poucos eles foram se acostumando comigo, o que não impedia eu ter que ouvir, ou fingir que ouvia, algumas reclamações.

Sempre foi assim, e agora eu me acostumei ainda mais com a minha vida sendo só minha. Eu apareço quando eu quero, vou embora quando preciso.

E... No meio de tudo isso a palavra volta me pareceu meio assustadora.
Voltar à não-liberdade.
É preciso de um bom motivo para voltar.

Na teoria ele é muito bom. Ok, nem na teoria ele é tão bom assim e tem muito mais contras do que prós... E os prós dele só fazem sentido pra mim, eu acho...

Tem que fazer pra mais alguém?

Recomeçar. Sempre dá medo. Dessa vez, coragem é o que não me falta. Mas to pressentindo que vai faltar a paciência...

6 comentários:

Renata Schmitd disse...

é, não vai ser fácil não viu.

M. disse...

É...eu sei. Só espero que valha a pena.

psimoess disse...

aaacho que agora eu entendi, não tudo.. mas a essência.. que é dura meu bem, pelo que eu entendi.. vai ser mto dura. Mas vc consegue, óbvio.

Renata Schmitd disse...

life's hard

M. disse...

Ô. Tentar, meu sobrenome. Mesmo sabendo que a probabilidade de arrependimento seja grande.

(to numas de pulsão de morte ultimamente que tá brabo pro meu lado)

T. disse...

se joga fia...